O Dia da Indústria é uma data emblemática que nos convida a refletir sobre a importância do setor industrial no desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Nos últimos anos, a indústria brasileira tem mostrado sinais alentadores de recuperação e modernização. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial no país cresceu 3,1% em 2024 em relação ao ano anterior. Além disso, de fevereiro a março deste ano, a produção aumentou 1,2%.
Apesar de esses números representarem um saldo positivo nas comparações, devemos ter ciência de que, dado o tamanho de nosso país, a capacidade de nossos profissionais e as oportunidades únicas que o mundo pode revelar a partir das definições sobre tarifas, o Brasil está muito aquém do seu potencial industrial. O segmento que representava 48% do PIB em meados dos anos de 1980, atualmente representa 24% do PIB. É onde devemos, de forma estratégica, aliar tecnologia às políticas industriais para elevar nossa posição.
Nesse contexto, o setor de tecnologia e manufatura se destaca pela sua capacidade de adaptação às novas demandas do mercado. Empresas nesse segmento estão investindo em inovações que incorporam tecnologias avançadas, como inteligência artificial, automação, robótica e manufatura aditiva. A inclusão da IA é especialmente crucial, pois permite uma análise preditiva que pode transformar a maneira como as operações de manufatura são conduzidas. Com algoritmos de aprendizado de máquina, as empresas conseguem identificar padrões e prever falhas antes que ocorram, otimizando assim a manutenção e reduzindo custos operacionais.
Esses investimentos não apenas buscam melhorar a eficiência e a qualidade dos produtos, mas também proporcionar agilidade para atender às rápidas mudanças e tendências do mercado. A IA, por exemplo, pode ajudar na personalização de produtos em larga escala, adaptando rapidamente as linhas de produção às preferências dos consumidores e às variações na demanda.
Entretanto, é fundamental reconhecer que esse avanço ocorre em um cenário desafiador. O Brasil enfrenta um contexto de volatilidade cambial e dos custos de insumos. Além de obstáculos históricos e conjunturais que limitam sua competitividade, como a complexidade tributária elevada, conforme destacado pela CNI em seu relatório ‘Sondagem Industrial’ de março de 2025.
O fato é que a indústria nacional tem capacidade e tecnologia para impulsionar o país. Empresas como a Flex estão constantemente aprimorando suas capacidades avançadas de fabricação e podem avançar ainda mais, aplicando suas expertises adquiridas com clientes globais em contextos locais.
Exemplos de inovação são claramente visíveis nas fábricas que adotam tecnologias avançadas. A automação de tarefas repetitivas e a aplicação de robótica, tornaram-se cada vez mais comuns com a expansão do mercado de eletrônicos miniaturizados. Alguns robôs executam suas funções de maneira autônoma, enquanto os chamados cobots trabalham em colaboração com os humanos, elevando a eficiência operacional e otimizando os processos produtivos.
Além disso, o investimento em processos de automação inteligente permite que as empresas melhorem as tarefas operacionais. Isso possibilita a rápida implementação de linhas de fabricação automatizadas e personalizadas. Com o suporte de inteligência artificial (IA) e análises avançadas, é possível prever quando as máquinas necessitarão de manutenção, reduzindo o tempo de inatividade e aumentando a produtividade nas linhas de produção. Assim, elas conseguem criar produtos de forma sustentável, aumentando o tempo de lançamento no mercado, a resiliência e atendendo às exigências do mercado final, tudo isso impulsionado por tecnologias da Indústria 4.0.
A reindustrialização do Brasil é uma meta alcançável. Com um planejamento estratégico sólido, investimentos em inovação e as reformas estruturais necessárias, há espaço para um novo ciclo de crescimento industrial. A expertise de empresas do setor, como a Flex, pode desempenhar um papel crucial nesse processo, ajudando a indústria brasileira a se posicionar como um motor de desenvolvimento e inovação, contribuindo para um futuro promissor.
O setor industrial é um motor de prosperidade para qualquer nação. É de onde os grandes investimentos em pesquisa e desenvolvimento geram know-how e capacitação, e onde devemos – de forma estratégica – aliar tecnologia às políticas industriais para elevar a riqueza de nosso país e nossa posição global.
Por Marcos R Silva, VP de Operações da Flex no Brasil