A tokenização é o processo de conversão de ativos do mundo real em tokens digitais que podem ser negociados em um blockchain. Essa tecnologia permite que ativos tradicionais como imóveis, valores mobiliários, commodities e outros sejam convertidos em tokens que podem ser negociados com facilidade, segurança e transparência, sem intermediários desnecessários.
No entanto, ainda há desafios para implementação e gerenciamento dessa tecnologia. A falta de identificadores para tokens digitais no Brasil, por exemplo, é um entrave na regulação e evolução da tokenização do mercado. Um parâmetro que pode ser seguido é o da ISO 24165, uma norma internacional que define o DTI (Digital Token Identifier), um identificador universal que ajuda a garantir um reconhecimento único para os tokens em diferentes sistemas.
A ISO 24165 pode jogar um pouco de luz neste mercado, uma forma de reconhecer os dados com os quais estamos lidando. Já temos tokens sendo distribuídos e negociados no Brasil, então devemos implementar essa infraestrutura. Quando falamos em tokenização, estamos a um passo de internacionalizar e precisamos pensar na parte de identificação dos participantes.
Os projetos de tecnologia são caros, especialmente os de blockchain. Mas a tokenização é um caminho sem volta e é preciso resolver a questão regulatória. As normas referentes à tokenização ainda são muito recentes e podemos dizer que estão em fase de estudo.
A força dessa prática é expressiva: o mercado global de tokenização foi avaliado em US$ 2,81 bilhões em 2023. O mercado está projetado para valer US$ 3,32 bilhões em 2024 e atingir US$ 13,20 bilhões até 2032, apresentando um CAGR de 18,8% durante o período previsto (2024-2032).
As autoridades financeiras precisam garantir que as transações envolvendo tokens sejam seguras, transparentes e estejam em conformidade com as leis e regulamentos existentes. Outro ponto sensível diz respeito à segurança dos dados e dos recursos. Os investidores podem ter dificuldade em garantir que suas transações sejam seguras e confiáveis.
Processos de inovação acontecem com alguma frequência no mercado de capitais e nós já desenvolvemos uma solução BaaS – Blockchain as a Service para facilitar operações com ativos tokenizados.
O Blockchain as a Service é a solução ideal para as instituições financeiras que não tem recursos suficientes ou até mesmo expertise para configurar ou manter uma infraestrutura própria de blockchain, que pode ser cara e complexa.
É uma plataforma em nuvem que permite que usuários criem, hospedem ou gerenciem aplicações de blockchain, como ativos tokenizados, sem se preocupar com a parte técnica. Essa tecnologia permite que instituições de todos os portes possam entrar no universo da tokenização com escala, automação e segurança. A tokenização com certeza estará no futuro da economia brasileira e queremos disponibilizar tecnologias que democratizem o acesso de todos a esses recursos, independente de porte.
Nosso papel aqui é permitir que esta tecnologia chegue ao maior número de empresas do setor para que o mercado de blockchain ganhe escala.
Por Marcio Castro, CEO da RTM